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"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

27.12.18

Afrânio Jardim: "O combate à corrupção da Lava Jato acabou com a democracia no Brasil"

AUTORITARISMO

O combate à corrupção da Lava Jato acabou com a democracia no Brasil, afirma jurista

Após 39 anos de profissão, Afrânio Jardim larga carreira depois da decisão de Dias Toffoli

Brasil de Fato | Curitiba

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27 de Dezembro de 2018 às 09:39

Ouça a matéria:

O jurista Afrânio Jardim anuncia abandono do Direito após decisão de Dias Tofolli - Créditos: Leandro Taques
O jurista Afrânio Jardim anuncia abandono do Direito após decisão de Dias Tofolli / Leandro Taques

Na última semana, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Tofolli, derrubou a liminar expedida pelo outro ministro da Corte Marco Aurélio Mello. A medida de Tofolli evitou que presos condenados em segunda instância, inclusive o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pudessem responder em liberdade até o fim de todos os recursos judiciais.

Por conta disso, no dia seguinte à decisão de Tofolli, o jurista Afrânio Silva Jardim, considerado um dos maiores processualistas do Brasil, anunciou que estava se retirando da atividade jurídica. "A minha decepção e desgosto é muito grande. Como lecionar direito com um Supremo Tribunal Federal como este??? Estou me retirando deste 'mundo' falso e hipócrita", afirmou em sua conta no Facebook.

Afrânio atuou por quase 39 anos lecionando direito processual penal e 31 anos no Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro. O professor associado à Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) conversou com o Brasil de Fato uma semana após sua decisão. Na entrevista, o jurista demonstra sua total decepção e descrença em relação ao Poder Judiciário brasileiro e afirma que o método utilizado pela Operação Lava Jato para o combate à corrupção acabou com o Estado Democrático de Direito. "O Poder Judiciário hoje tem lado. Ideologicamente ele assumiu um lado", acredita.

Confira a íntegra da entrevista:

Brasil de Fato - Em que momento você decidiu sair do Direito?

Afrânio Silva Jardim - Eu estava planejando me aposentar, até porque estou com 68 anos, no final de 2020. Mas, eu resolvi antecipar para agora. A gota d'água foi as decisões do Supremo Tribunal Federal (STF). No meu entendidmento, o STF está julgando muito mal. Está se deixando levar por um ativismo absurdo judicial, com uma visão punitivista incompatível com o que se esperava dos ministros [da Suprema Corte].

Estou decepcionado, desencantado com a importação de aspectos do Direito norte-americano para o Direito brasileiro. Deram ao acordo de delação premiada uma amplitude que não era a prevista em lei. Permitindo que o negociado predomine sobre o legislado, no processo penal também. E isso a Lava Jato fez de forma absurda, com regime de penas não previstas na Lei de Execução Penal. Virou um processo penal negociado, violando nosso sistema tradicional. Virou um monstro. E a palavra-chave em um Estado Democrático é: controle. Controle interno e controle externo. Essas coisas criam um certo desencanto.

Isso é uma subversão do nosso sistema, uma coisa impensável. Perdeu-se o limite da coisa. E eu também verifiquei que talvez dois terços do Ministério Público (MP) e dois terços da magistratura são punitivistas à direita, e isso é decepcionante também. Eu vou ficar em outras trincheiras, sempre participando. Mas aula, corrigir prova e ficar falando em sala de aula coisas que na prática não acontecem …. É até enganar o aluno. 

Em um artigo seu, em fevereiro deste ano, você afirma que o MP, a Polícia Federal (PF) e o Poder Judiciário se uniram para combater a corrupção. Quais as consequências disso?

Exagerando um pouco eu poderia dizer que a consequência é acabar com o Estado Democrático de Direito. Porque o Poder Judiciário não foi feito para combater nada. Ele foi feito para, distanciado do fato, preservar a sua imparcialidade e julgar de acordo com o Direito. Resolver os conflitos de forma imparcial, distante. Agora, quando o Poder Judiciário se irmana com a Polícia e com o MP você não tem a quem recorrer. O Poder Judiciário hoje tem lado. Ideologicamente ele assumiu um lado. É o caso do presidente Lula. Ele recorre a quem? O caminho está minado. 

Você diria que não tem saída jurídica para o caso do ex-presidente Lula?

Tem que haver. O Lula só vai sair com alvará judicial. Ninguém pensa em tomar de assalto a PF, resgatar o presidente Lula, isso não tem sentido. Mas é uma situação inusitada o que está acontecendo ali. Eu acho que o [presidente do STF, Dias] Toffoli não tinha competência para fazer isso. Ele não é um revisor das decisões monocráticas dos ministros do Supremo. Ele extrapolou e as pessoas sabem disso.  

Estamos politicamente segurando o Lula preso por pressão não sei se da mídia tradicional, da classe empresarial, das Forças Armadas ou de todos juntos. O fato é que a situação é absurda. O Direito já não me interessa mais. Tem que haver o Direito, já que uma sociedade sem normas não existe, mas não me interessa mais reproduzi-lo, ensiná-lo, porque a gente acaba legitimando a ordem absolutamente injusta que está aí.

Você diria que o que vivemos hoje é um cenário que vem sendo projetado desde o chamado Caso do Mensalão?

Eu acho que muito começou com aquelas passeatas de 2013. Com a Lava Jato fechando com a Rede Globo e aquela campanha sistemática contra a corrupção, como se descobrissem isso de um dia para o outro, como se isso não fosse uma coisa histórica, endêmica e muito própria das sociedades capitalistas, da ganância, do lucro. Porque os corruptores e empresários estão todos em casa, nas suas mansões, com tornozeleiras, essa é que a verdade.

A Lava Jato poderia combater a corrupção, dentro da lei, sem estardalhaço. Mas o esquema que o [ex-juiz da Lava Jato Sérgio] Moro fez com a TV Globo e com a mídia empresarial, no geral, foi um espetáculo. Isso criou nas passeatas um antagonismo à corrupção, como se a corrupção fosse uma coisa da esquerda. Existia também, mas é uma coisa disseminada, está em todos os partidos. Começa com patrocínio de campanha pelas empresas. Aí começou tudo, em termos de corrupção. A população ficou raivosa, manipulada pela visão punitivista.

A previsão para 2019 é que se agrave o autoritarismo?

Não tenho dúvidas. Seja no plano normativo, na legislação, seja na aplicação com juízes e promotores vinculados à direita, que é aquela visão punitivista, simplista. Eu sempre digo que se o endurecimento da lei penal resolvesse o problema da violência seria fácil. É uma visão ingênua. Ingênua ou de má-fé, não sei.

Como você avalia que este tipo de questionamento, em relação ao autoritarismo judiciário, pode ajudar a mudar as práticas jurídicas brasileiras?

O homem do povo não tem conhecimento em relação a este tipo de denúncia e as vezes até repele isso. A grande mídia fez um trabalho muito competente. Se você fizer hoje uma pesquisa as pessoas são à favor do sistema normativo, são à favor da pena de morte e até de linchamento. A direita ressuscitou o comunismo. Quem mais fala de comunismo hoje é a direita. A verdade é essa. O povo brasileiro não tem instrução.

Você anda na rua, pergunta às pessoas e elas não sabem de nada do que está acontecendo. Presa fácil para essa mídia empresarial. Por isso votaram nele [Jair Bolsonaro], o capitão truculento. A gente tem mania de pensar que todo mundo pensa como a gente, tem as mesmas informações, tem os mesmos interesses em política, na questão social. As pessoas não estão nem aí. As pessoas no Brasil são ignorantes no sentido puro da palavra, ignoram as coisas.

Você disse que vai procurar novas trincheiras. Já tem alguma ideia de quais?

Eu tenho uma ideia de me aproximar mais dos movimentos sociais. Teoricamente, através de textos, eu posso abordar menos a teoria do Direito e mais as questões sociais, mas especificamente o simpático MST [Movimento dos Trabalhadores Sem Terra].

Edição: Tayguara Ribeiro

https://www.brasildefato.com.br/2018/12/27/o-combate-a-corrupcao-da-lava-jato-acabou-com-o-democracia-no-brasil-afirma-jurista/?fbclid=IwAR08LokF2ziSKc_lxFL9-LePAEtZuDQgLtRsQRptprnOgEPdd6r7oXN3Nm0

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Celso Amorim sobre o que representa a liberdade de LulaDefender Lula Livre é defender a pacificação do Brasil, por Celso Amorim. #LulaLivre  

Vídeo: encurtador.com.br/stCKTNocaute - Blog do Fernando Morais

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BRASIL

Amorim a Lula: "Que você saia logo dessa prisão absurda, que o grito de 'Lula livre' se transforme em realidade."

Em carta pessoal dirigida ao presidente Lula, o ex-chanceler Celso Amorim afirma: "Neste Natal, gostaria de abraçá-lo, de agradecer em nome de todos os brasileiros de bem (mesmo sem ter a pretensão de representá-los) pelo muito que você fez pelo Brasil, por seu povo pobre e sofrido, mas também por sua estatura no mundo." Leia a íntegra:

Querido Presidente Lula,

A proximidade do Natal e do Ano Novo nos traz lembranças boas, mas de certa forma também entristece. Penso não apenas no nosso país, no trabalho feito por você pela diminuição das desigualdades, pelo crescimento econômico com justiça social, pela preservação e aumento das nossas riquezas e por colocar o Brasil em uma posição que jamais tinha ocupado no cenário internacional. Penso também no seu lado afetivo, seu relacionamento sempre carinhoso e respeitoso com seus auxiliares, sem que isso de forma alguma afetasse a sua autoridade. Lembro-me da dificuldade de montar sua agenda, de atender aos inúmeros convites ou manifestações de desejo de visita-lo. Até cheguei a cunhar uma frase para definir esse fenômeno: a demanda de Lula é muito maior que a oferta de Lula. Contrariamente com o que ocorre com nossos governantes atuais, não havia como dar conta de tantas solicitações, por maiores que fossem seus esforços de estar presente nos foros internacionais e de elevar o padrão do nosso diálogo com latino-americanos e caribenhos, africanos, árabes, sem descuidar dos grandes países emergentes como os que vieram a constituir os BRICS nem dos nossos parceiros tradicionais.

Lembro, muito especialmente, de sua empatia com outros líderes, independentemente de ideologias, embora, claro, sem esconder as afinidades. Talvez a melhor expressão dessa capacidade de relacionar-se de forma franca e direta tenha sido a frase que ouvi do Presidente da África do Sul, Thabo M´Beki, em uma cúpula do IBAS, em Brasília. Ele disse, na ocasião, que só você conseguia fazer o Manmohan Singh sorrir, saindo do estado de meditação permanente em que parecia mergulhado. O mesmo sorriso, quase iluminado, eu veria estampar-se no rosto de Singh, quando fui portador de uma carta sua, tratando do Rodada de Doha.

Alguns desses momentos estão documentados, como sua fala na Cúpula das Américas em Mar del Plata, que marcou o fim da ALCA, ou (creio) a Reunião de Chefes de Estado em torno do combate à fome e à pobreza. Eu nunca tinha visto, em meus longos anos de diplomacia, tantos Presidentes e Primeiros Ministros juntos em uma mesma sala. Ao entrar no saguão onde normalmente se reúne o Conselho Econômico e Social da ONU, ouvi um diplomata francês comentar com um colega: "O Brasil abraça o Mundo!" Anos mais tarde, no G-20, que você ajudou a criar, o Presidente da nação mais poderosa do mundo diria a frase que ficou célebre: Este é o cara! E sempre admirei sua capacidade de dar a mesma atenção que concedia a um líder de uma grande potência ao governante de um pequeno país do Caribe, da África ou da Ásia. Não foi à toa que, sob sua liderança, foram criados organismos e foros como a UNASUL, a CELAC, o IBAS, o BRICS, as cúpulas com países árabes e africanos, sem falar da parceria estratégica com a União Europeia e a elevação do nível do diálogo político com os Estados Unidos, China ou Rússia.

Foram muitas as situações excepcionais, que pude acompanhar, algumas das quais registrei nos meus livros. Outras você mesmo se encarregou de divulgar, como o episódio envolvendo o Presidente Bush em Évian. Diante da atitude subalterna e quase bajuladora de muitos diante do Presidente dos Estados Unidos (que acabara de sair vitorioso, na aparência ao menos, da Guerra contra o Iraque), você me disse: "nós não vamos nos levantar". E esperamos que Bush viesse até onde estávamos sentados.
Tudo isso passa hoje como um filme pela minha mente e, ao mesmo tempo que me consola pelo muito que foi feito, me entristece por me fazer constatar o quanto está sendo destruído. E como você está sendo tratado injustamente. As pessoas que cruzam comigo e me reconhecem querem todas saber como você está, perguntam sobre sua saúde e o seu ânimo. Respondo sempre de forma positiva, baseado no que vi nas duas vezes em que o visitei em Curitiba e nas informações que chegam por outros companheiros. Todos têm muita esperança de que você saia logo dessa prisão absurda, que o grito de "Lula livre" rapidamente se transforme em realidade.

Neste Natal, gostaria de abraçá-lo, de agradecer em nome de todos os brasileiros de bem (mesmo sem ter a pretensão de representá-los) pelo muito que você fez pelo Brasil, por seu povo pobre e sofrido, mas também por sua estatura no mundo. Tenho a confiança de que, apesar do sofrimento impingido a você e à sua família, a justiça se fará em um dia não longínquo e que você voltará a nos inspirar com suas palavras e seus gestos, transmitidos de forma direta, no contato pessoal, que você sempre cultivou.

Com muita saudade, é o que desejo, de todo coração, nesses "dias de festa", em que o povo brasileiro, especialmente a enorme parcela de necessitados, sofre por estar privado do seu convívio.

Forte e caloroso abraço, em meu nome e da Ana,

Celso

https://nocaute.blog.br/2018/12/26/que-o-grito-de-lula-livre-se-transforme-em-realidade/?fbclid=IwAR049WBTZT7Ho_P1BH4yjW-Mwn9GTVDinkl6X16r453txwJMRQB9qCovqGI

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Em 2019, nosso grito será Lula Livre. Porque o Brasil precisa de Justiça. Essa é a mensagem do Comitê Lula Livre para todos aqueles que acreditam na democracia e na justiça social. Feliz Ano Novo para todos os brasileiros é brasileiras. 

Vídeo: encurtador.com.br/SU045 

14.12.18

notícias

Governo 'anticorrupção' tem 9 de 22 ministros enrolados com a Justiça

POLÍTICA

Não só com generais e lunáticos indicados por Olavo de Carvalho caminha o corpo ministerial de Jair Bolsonaro. Chegou a vinte e dois o número de ocupantes anunciados pelo governo de transição, sete a mais que o prometido pelo staff bolsonarista em campanha.

Para um presidente que chegou ao poder erguendo bandeira contra a corrupção e o crime, chama atenção que tantos indicados tenham pendências com a Justiça.

Ao menos nove dos futuros ministros anunciados até agora são investigados ou réus em ações judiciais. A lista vai do caixa 2 confesso por Onyx Lorenzoni (DEM) ao calote no INSS do desconhecido deputado Marcelo Álvaro (PSL), futuro ministro do Turismo.

Alguns se livraram dos problemas porque os processos caducaram, caso de Marcos Pontes, outros devem ir à julgamento em pleno exercício do poder.

Confira:

 Leia também: Com Salles no ministério, Bolsonaro abre 'guerra' contra meio ambiente

RICARDO SALLES: RÉU POR CRIME AMBIENTAL (FOTO: DIVULGAÇÃO)

Ricardo Salles (Meio Ambiente)

Ex-secretário particular de gestão Alckmin no governo de São Paulo, foi candidato a deputado sob promessas de atuar 'contra a esquerda e o MST (o número era uma alusão ao calibre de munição para espingardas). É réu por improbidade administrativa, sob a acusação de ocultar mudança nos mapas de zoneamento ambiental do Rio Tietê. uma multa de 50  milhões de reais.

Também responde a uma acusação de dano ao erário público por ter ordenado a retirada de um busto do guerrilheiro Carlos Lamarca do parque estadual do Rio Turvo, na cidade de Cajati.

Mais recentemente, a Procuradoria Regional Eleitoral o processou por abuso de poder econômico nas eleições.


Tereza Cristina (Agricultura)

É investigada por suposto favorecimento à JBS quando era secretária do agronegócio no Mato Grosso do Sul. Delações de executivos dão conta de que, ela ofereceu benefícios fiscais à empresa no estado. Nessa época, ela mantinha parceria agropecuária com a empresa. Teresa nega as acusações.

 Leia também: Liga Árabe faz alerta a Bolsonaro

A futura ministra e a mãe foram processadas pela JBS por calote no arrendamento de um terreno. O caso corre em segredo de Justiça.

A deputada é líder da Frente Parlamentar Agropecuária (FPA) e dona de 1100 hectares de terra no Mato Grosso do Sul. O patrimônio dela cresceu quase 500% desde as eleições de 2014, conforme declarado ao TSE.


General Heleno (Segurança Institucional)

A nomeação foge à promessa bolsonarista de controle dos gastos públicos. Em 2013, o militar foi condenado pelo TCU por assinar contratos irregulares no valor de R$ 22 milhões de reais. Uma investigação constatou problemas nos acordos – sem licitação – com duas empresas de TI para realização V Jogos Militares no Rio de Janeiro.

Para o tribunal, não ficou clara a necessidade de investimentos tão vultosos em um setor de mero apoio à realização de um evento esportivo.

 Leia também: Receita de caos: Bolsonaro afasta partidos e militariza governo


Onyx Lorenzoni (Casa Civil)

Conhecido pelo discurso linha-dura contra a corrupção, o homem forte de Bolsonaro admitiu ter recebido caixa 2 da JBS. Ele reconhece ter recebido 100 mil reais para a campanha de deputado em 2014. Os executivos da empresa dizem ter repassado o dobro. Independentemente, o importante mesmo é que Sergio Moro já o perdoou.


DAMARES ALVES: FUNDOU ONG INVESTIGADA POR ATUAÇÃO CONTRA INDÍGENAS (FOTO: VALTER CAMPANATO/EBC)

Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos)

A ONG Atini, que ela ajudou a fundar, é alvo de duas investigações do Ministério Público por discriminação contra os povos indígenas. Na mais antiga delas, de 2014, os procuradores exigiram o retorno à aldeia de uma adolescente indígena que, segundo o MP, foi entregue a moradores da cidade de Volta Redonda por membros da Atini e de uma outra ONG missionária, a Jocum (Jovens com Uma Missão).

Em 2015, foi movido um processo de danos morais coletivos contra essas mesmas entidades pela execução um documentário. No filme, crianças e e adultos Karitiana foram coagidos a dramatizar o infanticídio – mas a prática não apenas não existe, como é reprimida pela tribo. O material teve a exibição proibida e os procuradores pedem indenização de 1 milhão de reais.


Luiz Henrique Mandetta (Saúde)

É investigado por suposta fraude em licitação, caixa 2 e tráfico de influência. O Ministério Público Estadual apura irregularidades em contratos da implantação de um sistema informatizado na prefeitura de Campo Grande (MS). Mandetta era secretário de Saúde na época.


MARCOS PONTES: VIAGEM AO ESPAÇO VIROU FONTE DE RENDA (FOTO: DIVULGAÇÃO)

Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia)

Depois de passar sete anos treinando com a Nasa, o astronauta-ministro rompeu a atmosfera em uma nave russa cuja 'carona' foi paga pelos governo do PT. O plot parece saído de um filme B da guerra fria. Mas Pontes é um capitalista habilidoso.

Em 2006, o Ministério Público Militar passou a investigá-lo por envolvimento em atividades comerciais – vedado pelo código militar ao oficiais na ativa. Estava em jogo a relação com a Portally, empresa de palestras fundada pela assessora dele. Embora tenha negado tudo na época, ele assumiu sociedade majoritária da empresa assim que o processo caducou. O caso foi revelado em primeira mão pelo site The Intercept Brasil.

Além dos livros, travesseiros, chaveiro, camisetas e outras bugingangas, ele fatura com a empreitada por meio de outras duas empresas: a Fundação Astronauta Marcos Pontes, cuja genérica missão é "motivar e dar oportunidade de educação aos nossos jovens" e uma agência de turismo que oferece até pacotes de viagens ao espaço.


Marcelo Álvaro Antonio (Turismo)

Antonio, cujo nome verdadeiro é Marcelo Henrique Teixeira Dias, consta como sócio da Voicelider, empresa com dívida ativa de 59,9 mil reais no INSS. Curiosamente, o número no CNPJ está errado na declaração que ele prestou ao TSE. O Banco do Brasil também cobra dívidas da empresa na Justiça.

Antonio e familiares constam como réus em duas ações de usucapião que tramitam na justiça mineira. Há ainda uma penal de 2003, sob a qual ele e o irmão respondem pela venda de lotes que não os pertenciam e não estavam autorizados pela prefeitura. O julgamento está marcado para o dia 5 de fevereiro.


PAULO GUEDES: NA MIRA DO MPF (FOTO: FABIO POZZEBOM/AGÊNCIA BRASIL)

Paulo Guedes (Economia)

Está nos fundos de pensão o calcanhar de aquiles do superministro de Bolsonaro. Guedes é alvo da Operação Greenfield por suspeitas de gestão fraudulenta dos fundos de pensão de empresas estatais. O Ministério Público diz que Guedes auferiu comissões exageradas na administração desses investimentos.

Em 2007, o CVM penalizou um fundo gerido por ele por negociar papéis com informações privilegiadas. Essa prática é chamada de 'insider trading' e considerada crime. Consta no processo que Guedes lucrou 592 mil reais com a transação.






Depois da eleição, perfis falsos e robôs pró-Bolsonaro continuam ativos, diz estudo

https://www.diariodocentrodomundo.com.br/essencial/depois-da-eleicao-perfis-falsos-e-robos-pro-bolsonaro-continuam-ativos-diz-estudo/?fbclid=IwAR0vlGKOPxqWvxGlt8wz5jTKv906cPNxbf1l0E8q1arRD8JhfltweQGysEQ





O impacto do impeachment de 2016 nos indicadores sociais

https://www.cartacapital.com.br/blogs/brasil-debate/o-impacto-do-impeachment-de-2016-nos-indicadores-sociais/



Mais Médicos: Ao final de seleção emergencial, RS tem déficit de quase 500 profissionais da saúde

Mais Médicos: Ao final de seleção emergencial, RS tem déficit de quase 500 profissionais da saúde

Convocação visa suprir postos hoje ocupados pelos médicos cubanos no Programa Mais Médicos | Foto: Danilo Ramos/RBA

Da Redação*

Nesta sexta-feira (14), se encerra o prazo para o preenchimento de vagas através de um edital aberto em caráter de emergência para o Programa Mais Médicos (PMM). Até o final do dia, os selecionados deverão homologar a inscrição. No entanto, segundo o Conselho dos Secretários Municipais de Saúde do Rio Grande do Sul (COSEMS-RS) , até o início da manhã da sexta-feira, 140 médicos foram destinados a 33 cidades gaúchas para substituir parte das 630 vagas deixadas em aberto pelos médicos cubanos. Ou seja, restam, ainda, 490 vagas em aberto.

O Conselho ressalta que o déficit é registrado no Brasil inteiro – considerando que as vagas do Mais Médicos foram rapidamente preenchidas, mas muitos inscritos desistiram do programa. O dia 14 também marca o término de uma segunda etapa seletiva do PMM. Até o final do dia, está aberto o prazo para que médicos com formação no brasil ou no exterior se inscrevam no programa – podendo suprir a demanda aberta pelos inscritos que não homologaram sua candidatura.

*Com informações do Conselho dos Secretários Municipais de Saúde do Rio Grande do Sul 

https://www.sul21.com.br/ultimas-noticias/geral/2018/12/mais-medicos-ao-final-de-selecao-emergencial-rs-tem-deficit-de-quase-500-profissionais-da-saude/



7.12.18

Um médico da família: Jorge, o cubano que deixa saudades em Taquari

Um médico da família: Jorge, o cubano que deixa saudades em Taquari

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Um médico da família: Jorge, o cubano que deixa saudades em Taquari

O médico cubano Jorge Carlos Quevedo Tamayo, 49 anos, responsável pelo posto de Estratégia de Saúde da Família Eli da Silva, em Taquari (RS), é um dos 8,3 mil mil médicos cubanos que retornam ao seu país com o encerramento abrupto da parceria com o Programa Mais Médicos, em função das declarações do presidente eleito Jair Bolsonaro contra os profissionais cubanos. No dia 23 de novembro, moradores da região e do entorno do posto organizaram um protesto, que acabou em despedida do médico que, apesar de não entenderem direito sua fala, consideravam como parte da família. O Sul21 foi a Taquari conversar com o doutor Jorge, com seus pacientes e com autoridades do município para registrar o que essa decisão representa na vida das pessoas.

Leia a reportagem completa aqui.

https://www.sul21.com.br/tv-sul21/2018/12/um-medico-da-familia-jorge-o-cubano-que-deixa-saudades-em-taquari-2/


Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz