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pergunta:

"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

31.10.13

convite



Los caminos de Atahualpa - Programas - Canal Encuentro

http://www.encuentro.gov.ar/sitios/encuentro/programas/detalleprograma?rec_id=50667

Descarga El Libro Azul de Hugo Chávez (+PDF) | Correo del Orinoco

Para el estudio

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30 octubre 2013 


Vivimos, efectivamente, una era donde las ideologías parecieran extinguirse. El “fin de las ideologías”, así la han llamado no pocos estudiosos de la época.

El fenómeno adquiere mayores proporciones en América, particularmente en Venezuela, donde la gran mayoría de los partidos políticos, surgidos paralelamente al proceso de industrialización, derivaron en organizaciones de corte populista, totalmente vacías de contenido ideológico.

Por otra parte, se ha dado persistentemente la tendencia, en nues­tros pensadores contemporáneos, de buscar modelos en otras latitudes para importarlos y tratar de implantarlos en nuestras sociedades.

Mientras tanto, nuestros pueblos se han ido alejando cada vez más de sus raíces históricas, allí donde seguramente se encuentran las claves para descifrar el terrible enigma que nos mantiene en un ir y venir por el abismo de la historia, ya a las puertas del siglo XXI.

Las ideologías son ayudas de navegación para surcar los tiem­pos y los espacios, dándole rumbos precisos a las sociedades y a las naciones.

Y es, precisamente, en este marco desideologizado y con el propósito de hallar recursos válidos para que nuestro pueblo avance por el mapa intrincado y complejo del futuro que nos hemos atrevi­do a invocar un modelo ideológico autóctono y enraizado en lo más profundo de nuestro origen y en el subconsciente histórico del ser nacional.

En la médula del pensamiento de don Simón Rodríguez se encuen­tra la simiente de un proyecto de sociedad basado en la educación popular y en la creatividad. Simón Rodríguez concibe la i­dea concreta de la República y talla las formas del Estado Nacional y las líneas geohistóricas de su proyección en el tiempo.

DESCARGA AQUÍ EL LIBRO AZUL



http://www.correodelorinoco.gob.ve/politica/descarga-libro-azul-hugo-chavez-pdf/




Atahualpa Yupanqui



"Y así seguimos andando
curtidos de soledad,
nos perdemos por el mundo,
nos volvemos a encontrar."

Atahualpa Yupanqui

Paulo Moreira Leite: Na PEC 37, você pode ter feito papel de bobo - Viomundo - O que você não vê na mídia

Paulo Moreira Leite: Na PEC 37, você pode ter feito papel de bobo

publicado em 30 de outubro de 2013 às 11:48

De Grandis e a PEC 37

por Paulo Moreira Leite, na IstoÉ, atendendo à indignação do leitor Ulisses

Se você acha que fez papel de bobo porque acreditou no slogan “PEC 37= impunidade”, não precisa ficar muito deprimido. Só um pouco.

A descoberta de que o inquérito sobre a Alston foi parcialmente interrompido, na Suíça, porque o procurador Rodrigo de Grandis não atendeu a uma solicitação das autoridades daquele país é um fato que merece um minuto de reflexão.

A explicação de Grandis é bisonha. Ele  não teria dado sequencia ao pedido das autoridades suíças, feito em fevereiro de 2011, porque a solicitação ficou guardada na gaveta errada – e nunca mais pensou no assunto.

Há, é claro, uma suspeita de prevaricação no caso.

Código Penal – Prevaricação (art. 319): Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal:

Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa.

Lei 8429/92 – Art. 11: Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente:

(…) II – retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício;

Há três meses, em 25 de junho, o Congresso rejeitou, sob uma pressão que seria mais conveniente definir como chantagem, a PEC 37, que pretendia  garantir aos delegados de polícia a exclusividade sobre a condução de um inquérito policial. A votação foi um massacre: 430 a 9.

O monopólio dos delegados sobre uma investigação tampouco  era uma boa ideia, quando se recorda o histórico de nossas corporações policiais. Mas a PEC 37 ajudava a fazer um debate necessário e poderia permitir correções úteis.

Nos bastidores de Brasília, policiais, procuradores e representantes do ministério da Justiça tentavam chegar a um acordo, a partir da PEC, para assegurar os direitos da polícia sobre a investigação sem deixar de atender os principais pleitos do Ministério Público. Pensava-se em criar uma nova divisão do trabalho de apuração, mais inteligente e produtiva.

Mas, com o apoio dos meios de comunicação, que passaram a tratar a rejeição à PEC 37 como se fosse como se fosse uma reivindicação tão popular como a redução da passagem de ônibus, o Ministério Público  garantiu a votação em bloco, sem qualquer concessão à outra parte. Confusos, e mesmo acovardados, vários parlamentares preferiam omitir-se e votar errado para não ser criticados pelos jornais nos dias seguintes.

Naquele momento, o procurador geral da República, Roberto Gurgel, travava uma luta de morte para fazer o sucessor. Seu prestígio atingia o ponto máximo em função do julgamento da ação penal 470.

A denúncia ainda não havia sofrido a primeira (e até agora única) derrota, representada pela aceitação dos embargos infringentes para 12 condenados.

Acreditava-se em junho que qualquer arranhão na imagem do Ministério Público poderia chamar a atenção para incongruências e falhas do julgamento. Foi essa a motivação que impediu uma discussão civilizada, com argumentos ponderados.

Três meses depois, comprova-se uma verdade fácil de reconhecer, mas que não era conveniente admitir.

Enquanto os manifestantes acreditavam estar berrando contra a impunidade em Brasília, o pedido das autoridades suíças era esquecido na gaveta de De Grandis em São Paulo.

Ergueu-se, ao longo de vários anos, um muro de aço contra a apuração de um dos mais prolongados escândalos de corrupção da história política brasileira, formado por 45 inquéritos arquivados sem o devido esclarecimento (sim, 45!).

Ninguém ficaria sabendo o que estava acontecendo se não fosse o trabalho competente corajoso de meus colegas da IstoÉ Alan Rodrigues, Pedro Marcondes e Sérgio Pardellas sobre o propinoduto, capazes de produzir reportagens à altura dos fatos descobertos.

Não há instituição a salvo de pressões políticas nem de iniciativas estranhas a sua missão legal. Erros ocorrem. Desvios, também. E coisas piores, você sabe.

Se você acha que fez papel de bobo porque acreditou no slogan “PEC 37= impunidade”, não precisa ficar muito deprimido. Só um pouco.

Muita gente está se sentindo da mesma maneira.


http://www.viomundo.com.br/denuncias/paulo-moreira-leite-na-pec-37-voce-pode-ter-feito-papel-de-bobo.html



Halloween ou Dia do Saci? | Infantil | EBC

Halloween ou Dia do Saci?

Bruna Ramos - Portal EBC 30.10.2013 - 10h47 | Atualizado em 30.10.2013 - 11h06

Saci Pererê (ars351/ Creative Commons)

Ele é negro, tem uma perna só, usa gorro vermelho e fuma cachimbo. Esta é a representação do Saci Pererê, personagem do folclore brasileiro. O menino que adora fazer travessuras tem a missão de cuidar da natureza, onde mora.

Para celebrar o personagem e valorizar a cultura popular brasileira, foi criado o Dia do Saci. Comemorada em 31 de outubro, a data foi escolhida em contraposição ao Dia das Bruxas. “Estava havendo uma invasão cultural representada pelo halloween que não tem nada a ver com a cultura brasileira”, aponta Mouzar Benedito, da Sociedade dos Observadores de Saci (Sosaci), que está diretamente ligada à escolha da data da celebração, em 2003.

Veja mais:

Dia do Saci é celebrado em contraposição ao Dia das Bruxas

Conheça a lenda do Saci

A ideia do Dia do Saci é combater o estrangeirismo e incentivar as crianças a celebrarem seu folclore em vez do folclore americano. “Já que é uma data de festa, a festa sempre induz você a cultivar um pouco mais do motivo da festa.   No caso, o saci e seus amigos. Os amigos do saci são todos os mitos brasileiros”, defende Mouzar.

Diversos municípios já oficializaram a data. Entre eles, São Luiz do Paraitinga (São Paulo - onde há uma forte tradição de observadores de saci), Vitória (Espírito Santo), Uberaba (Minas Gerais) e Fortaleza (Ceará).

  • Direitos autorais: Creative Commons - CC BY 3.0

http://www.ebc.com.br/infantil/ja-sou-grande/2013/10/halloween-ou-dia-do-saci

30.10.13

Sociologia :: inscrições abertas



.: SOCIOLOGIA – LICENCIATURA :.

Objeto de Estudo:
Estrutura econômica dominante, seus nexos, suas relações, o Estado, a natureza das ideias e das suas contradições. O estudo da Sociologia permite o entendimento da sociedade como produto de uma ação civilizadora e de seu processo histórico que gerou os antagonismos que marcaram essa história.

Campo de atuação:
Redes pública e particular de ensino. Além disso, a formação em Sociologia pode qualificar quadros profissionais para atuarem no setor público, uma vez que a formação do sociólogo é relativa ao universo sociocultural e à natureza do homem e de suas relações sociais.

O que faz o profissional:
Reflete, analítica e criticamente, sobre questões teóricas em sociológico; atua interdisciplinarmente em áreas afins; identifica situações-problema que conduzam à investigação.

Vagas / Turno:
40 vagas - N

Facebook:
Curso de Licenciatura em Sociologia Ucs


Informações:
http://www.ucs.br/portais/curso178/
http://www.ucs.br/site/vestibular-de-verao-2014/cursos-e-vagas/caxias-do-sul/


.: VESTIBULAR UCS 2014 :.

http://www.ucs.br/site/vestibular-de-verao-2014/

 .: INSCRIÇÕES :.
até 20 de novembro de 2013

.: PROVA :.
8 de dezembro de 2013




Jucá e ruralistas fazem ofensiva final contra PEC do Trabalho Escravo | MST - Movimento dos Trabalhadores Sem Terra

Jucá e ruralistas fazem ofensiva final contra PEC do Trabalho Escravo

30 de outubro de 2013


Por Tadeu Breda
Da Rede Brasil Atual


Aprovada pela Câmara em maio do ano passado, e festejada como um salto civilizatório para o país, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 438, conhecida como PEC do Trabalho Escravo, corre sérios riscos de naufragar antes mesmo de entrar em vigor. O texto, que autoriza a desapropriação de imóveis rurais e urbanos que mantenham empregados em situação análoga à escravidão, está sob fogo cruzado de ruralistas desde que foi apresentado, em 2001. E o tiro de misericórdia pode ser disparado na quarta-feira (30), quando o Senado deve votar um projeto de lei para regulamentá-lo.

Após ter recebido o aval dos deputados, a PEC tem encontrado dificuldades para passar pelo crivo dos senadores. Tanto que, mais de um ano depois, ainda não pôde ser enviada ao plenário por falta de acordo entre os parlamentares. “Estabelecemos que só aprovaríamos a PEC quando tivéssemos encaminhado projeto de regulamentação, classificando o que é trabalho escravo, para não deixar em aberto e ficar tudo a cargo do fiscal”, explica o senador Romero Jucá (PMDB-RR) à RBA. “No Brasil ainda existe trabalho escravo, que tem que ser combatido. Queremos punir com rigor. Mas ele não pode ser confundido com quebra da lei trabalhista.”

Os desentendimentos sobre a PEC do Trabalho Escravo dentro do Senado fizeram com que os parlamentares invertessem a ordem de aprovação das matérias: normalmente, as mudanças constitucionais são aprovadas para só então passarem por regulamentação, em projeto de lei. A disputa de interesses, porém, fez com que o Congresso tivesse de se adiantar na elaboração de uma proposta que esclareça as consequências práticas da PEC antes mesmo de sua aprovação. Como explica Romero Jucá, essa é uma das exigências para que os líderes partidários coloquem a PEC 438 em votação no Senado, passo necessário para que passe a vigorar. E é essa a proposta que deve ser votada na quarta-feira.

Leia mais:
Conceito de trabalho escravo pode sofrer grave retrocesso


“O grande problema desse projeto de lei é que ele quer redefinir o conceito de trabalho escravo, que já está amplamente delimitado em legislações nacionais e internacionais”, critica o procurador do trabalho Jonas Moreno, coordenador nacional de Erradicação do Trabalho Escravo do Ministério Público do Trabalho (MPT), em entrevista à RBA. Além disso, o poder dos auditores fiscais não é tão grande como sugerem os parlamentares. Os fiscais não fazem o trabalho sozinho. Cada equipe vai a campo com cinco auditores, quatro policiais federais ou rodoviários federais e um procurador do Ministério Público do Trabalho (MPT).

Ainda assim, parte dos congressistas, entre eles os representantes da bancada ruralista, acredita que o conceito de trabalho escravo não está especificado na legislação. E insiste que isso dá muito poder ao fiscal, que, argumentam, poderia confundir um “mero” descumprimento das leis trabalhistas com a exploração de mão de obra em condições análogas à escravidão. Se a PEC for aprovada sem que o conceito seja melhor definido, alguns senadores asseguram que proprietários rurais e urbanos serão injustiçados com a perda de seus imóveis mesmo sem ter escravizado ninguém. Eis a principal motivação do texto, que, no entanto, não cumpre com esse objetivo.

A matéria que pode ir a votação na quarta-feira foi elaborada pelo senador Romero Jucá e aprovada na semana retrasada pela Comissão Mista para a Consolidação da Legislação Federal e Regulamentação de Dispositivos Constitucionais. Seu conteúdo ainda está em discussão, uma vez que o governo não está satisfeito com o trabalho realizado até agora pelo senador roraimense. Isso porque, em vez de avançar na definição de trabalho escravo no país, como se propunha, o texto desconsidera os conceitos expressos no artigo 149 do Código Penal, além de normativas, portarias e manuais do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), que detalham o tema à exaustão.

“A Instrução Normativa nº 91, de 2011, da Secretaria de Inspeção do Trabalho, é bastante detalhada e diz exatamente o que é trabalho escravo, o que é condição degradante, o que é jornada exaustiva”, explica à RBA o auditor fiscal do trabalho Renato Bignami, coordenador do Programa de Erradicação do Trabalho Escravo da Superintendência Regional do MTE em São Paulo. “E o Manual de Combate ao Trabalho em Condições Análogas à de Escravo esmiuça ainda mais o detalhamento que já consta da Instrução Normativa.”

Bignami lembra que todos os documentos relativos ao tema são públicos e estão na internet. E que as atividades dos auditores fiscais do trabalho, ao contrário do que insinua Romero Jucá, estão ancoradas na legislação e nas normativas ministeriais. “Os auditores não vão para um trabalho desses sem o conhecimento desses instrumentos e sem antes passar por um forte treinamento, que é ministrado a todos os auditores que lidam com o combate ao trabalho escravo”, enumera. “Tenho tranquilidade em dizer que não há a menor possibilidade do trabalho estar sendo realizado de forma arbitrária. Não é verdade que tudo fica na mão do fiscal.”

Juntos, Manual e Instrução Normativa somam mais de 100 páginas delimitando tanto o conceito de trabalho escravo quanto a atuação do auditor fiscal do trabalho. E servem de parâmetros para o artigo 149 do Código Penal Brasileiro, que foi modificado em 2003 para criminalizar e punir, com dois a oito anos de reclusão, os responsáveis por “reduzir alguém a condição análoga à de escravo, quer submetendo-o a trabalhos forçados ou a jornada exaustiva, quer sujeitando-o a condições degradantes de trabalho, quer restringindo, por qualquer meio, sua locomoção em razão de dívida contraída com o empregador ou preposto”.

O projeto de lei do senador Romero Jucá descarta todo esse arcabouço legal e administrativo para lançar mão de uma limitada definição de trabalho escravo. O texto considera apenas quatro aspectos: 1) submissão a trabalho forçado, sob ameaça ou punição, ou com restrição de liberdade; 2) cerceamento do uso de qualquer meio de transporte pelo trabalhador, como forma de mantê-lo no local de trabalho; 3) manutenção de vigilância ostensiva ou apropriação de documentos ou objetos pessoais do trabalhador, para mantê-lo no local de trabalho; e 4) restrição de locomoção do trabalhador em razão de dívida contraída com o empregador.

“Me parece insuficiente”, analisa Bignami, criticando a ênfase dada pelo texto à restrição de liberdade na exploração do trabalho escravo. “Os principais casos que encontramos no país hoje em dia não são exatamente relacionados ao cerceamento de liberdade. Hoje há muito mais casos de condições degradantes do que de cerceamento de liberdade: trabalhador sendo tratado mal mesmo, muito mal, ainda que tenha liberdade de ir e vir. É uma discussão bastante superada – pelo menos tínhamos como bastante superada.”

Por isso, o governo quer modificar o projeto. As propostas de alteração elaboradas pelo MTE e pela Secretaria de Direitos Humanos estão sendo centralizadas na Casa Civil, que vai discutir com Romero Jucá a inclusão, na lei, da dimensão degradante do trabalho escravo e a jornada exaustiva. O senador, porém, não parece convencido. “O trabalho exaustivo ou o trabalho que vá além das forças do trabalhador pode ser uma coisa muito genérica”, sustenta, batendo na tecla de que é preciso reduzir o “poder” dos auditores fiscais. “Quem trabalha mais que oito horas por dia ou em condições ruins no interior, esporadicamente, não pode ser classificado trabalhador escravo.”

Sem essas alterações, porém, o governo avalia que a aprovação do projeto de lei vai enterrar aquele salto civilizatório que poderia ser obtido pela PEC 438. “Esses pontos acabariam fazendo com que a PEC do Trabalho Escravo não seja um avanço, mas um retrocesso que talvez seja maior que o avanço que ela sugere”, afirma um quadro do Executivo federal que participa das negociações. “Não valeria a pena aprovar a PEC assim. Com esse projeto de lei, ela poderia até ser aprovada, mas não haverá política pública. Nestes termos, haverá recuo da política pública.”

O governo ainda deseja realizar outras duas modificações no texto de Romero Jucá, ambas no artigo 1º do projeto, que diz que os imóveis rurais e urbanos flagrados com trabalho escravo apenas poderão ser desapropriados se: 1) ficar comprovada a participação direta do proprietário na exploração de mão de obra análoga à escravidão; e 2) quando o processo criminal aberto contra o responsável estiver transitado em julgado, ou seja, quando se exaurir toda possibilidade de defesa. Os críticos do projeto consideram esses aspectos razoáveis, mas acreditam que dificultarão muito a aplicação dos dispositivos previstos na PEC.

“Geralmente, o trabalho escravo vem envolto numa série de outras fraudes, documentais e fundiárias, por exemplo, é muito complexo”, lembra o auditor fiscal Renato Bignami. “Não é tão fácil provar a responsabilidade direta do proprietário.” Romero Jucá concorda que é um tema difícil de ser ajustado na lei. O senador sugere que uma investigação pode elucidar a conivência – ou não – do empresário com a prática do trabalho escravo, já que o uso de “laranjas”, “gatos” ou “prepostos” costuma ser corriqueiro nestes casos. “Tem que haver uma apuração para dizer.”

Quanto à tramitação da sentença, a ideia do governo é incluir no projeto que condenações civis e trabalhistas, além da criminal, também acarretem em desapropriação. Isso porque empresas não podem ser responsabilizadas criminalmente no Brasil – e porque as ações penais costumam levar anos até serem julgadas em definitivo. Outra modificação desejável no texto seria estabelecer que decisões em segunda instância já seriam suficientes para fazer cumprir a PEC e levar a cabo as expropriações. Jucá é contra. “Tem que obedecer o devido processo legal. Não se pode tomar um bem de uma pessoa assim. Até porque, se tomar sem direito de defesa, isso gerará demanda judicial e não vai haver expropriação.”

Se todas as tentativas de negociação com o senador falharem, o governo tem um plano B: fará articulações com Congresso, através da Secretaria de Relações Institucionais, com o objetivo de modificar o texto – e incluir esses três pontos – durante as discussões no plenário. “Se tudo der errado, vamos trabalhar para que a PEC não seja votada no Senado. Vamos preferir que ela fique parada, à espera de um momento melhor”, diz a fonte do Executivo. “Tal como está, o texto atende apenas aos interesses da bancada ruralista.”
 



http://www.mst.org.br/node/15383


29.10.13

Caxias não quer médicos do programa federal em Caxias

Vereadora exige resposta do prefeito por secretária da saúde não querer médicos do programa federal em Caxias

A saúde voltou a ser pauta entre os vereadores na sessão desta terça-feira (30). A informação de que o programa federal Mais Médicos destinaria sete profissionais para Caxias do Sul e que a Secretária da Saúde, Dilma Tessari, teria negado a vinda deles foi foi motivo para um discurso da vereadora Denise Pessôa (PT).

A parlamentar criticou a postura do governo municipal lembrando que a maior reclamação da cidade é a falta de médicos. Ela lembra que municípios da região, como Flores da Cunha, já possuem médicos do programa, exceto Caxias. Para a vereadora, o prefeito Alceu Barbosa Velho deveria se manifestar publicamente sobre a questão. A base governista não se pronunciou sobre o assunto durante a sessão.
por Noele Scur (Rádio São Francisco), dia 29/10/2013 às 20:40


http://redesul.am.br/N/P/135421

TVE » Lei da Anistia é tema de debate do Mobiliza inédito desta terça-feira

Lei da Anistia é tema de debate do Mobiliza inédito desta terça-feira

Ilustração do cartunista Henfil, um dos ativistas pela democracia no Brasil.

Recentes movimentações reacendem o debate sobre a necessidade ou não de uma revisão na Lei de Anistia. Com o apoio das Comissões da Verdade existentes no país e entidades de Direitos Humanos, a Ordem dos Advogados do Brasil vai protocolar no Supremo Tribunal Federal (STF) uma nova ação, tentando anular a legislação em vigor. A Lei da Anistia, válida desde 1979, impede a responsabilização de agentes do estado e militares acusados de crimes de lesa humanidade, como os de tortura, ocorridos durante a ditadura.

Alguns fatos novos apontam para a reavaliação do tema. Em decisão inédita, o Ministério Público Federal (MPF) se manifestou em um recente parecer encaminhado ao STF que os crimes de lesa humanidade não prescrevem. Há ainda uma condenação do Brasil na Corte Interamericana de Direitos Humanos, pela execução de setenta guerrilheiros do Araguaia, entre os anos de 1972 e 1974, que ressalta que a Lei da Anistia não pode ser usada para impedir a investigação de crimes do período.

Houve nesses últimos anos, também, mudança na composição do Supremo, que ainda não concluiu julgamento anterior sobre a Lei da Anistia: faltam ser analisados os embargos de declaração.

Qual o impacto para a sociedade brasileira se a Lei da Anistia for realmente modificada? Para tentar buscar essa e outras respostas o Mobiliza desta terça-feira, 29 de outubro, às 23h30, recebe o político, sociólogo e ex-sequestrado político, Flávio Koutzii; a coordenadora do Comitê Gaúcho da Verdade, Memória e Justiça – Carlos de Ré, Christine Rondon; e Rodrigo Puggina, coordenador da Comissão de Direitos Humanos da Seccional Gaúcha da OAB.

O programa pode ser assistido pelo site www.tve.com.br, inclusive por celulares e tablets.

O Mobiliza é apresentado por Thaís Baldasso e tem produção de João Brites e Lucas Guarnieri. A coordenação de jornalismo é de Andréa Martins e Luiz Olea. A atração pode ser conferida em horário alternativo aos sábados, às 14h.


http://www.tve.com.br/2013/10/lei-da-anistia-e-tema-de-debate-do-mobiliza-inedito-desta-terca-feira/



Caxias do Sul abre mão de profissionais do Mais Médicos | Últimas Notícias Serra

Caxias do Sul abre mão de profissionais do Mais Médicos

29 de outubro de 2013 0

O município foi contemplado com sete médicos nesta segunda fase do programa do governo federal. Porém, eles não vão mais vir para Caxias.

De acordo com a secretária municipal da Saúde, Dilma Tessari, entre junho e julho deste ano, Caxias sofreu com a falta de médicos. Isso porque os prazos dos contratos emergenciais haviam expirado e não podiam mais ser renovados. O município, então, se inscreveu no programa Mais Médicos.

Porém, na primeira fase, nenhum profissional optou por Caxias. Assim, segundo Dilma, o município precisou contratar profissionais de maneira emergencial para trabalharem nas equipes das Estratégias de Saúde da Família. As estratégias são, justamente, o local para onde iriam os profissionais do Mais Médicos.

“Neste momento, nós não temos onde colocar os médicos do Mais Médicos porque eles vêm para o Estratégia de Saúde da Família. Nós não tínhamos a confirmação, então, precisamos contratar”, explica Dilma.

Os contratos emergenciais duram um ano, renováveis por mais um.  Ainda segundo a secretária, na sexta-feira, o Ministério da Saúde entrou em contato com a secretaria de Caxias, que informou a situação do município.

De acordo com a assessoria de imprensa do Ministério da Saúde, quando situações assim ocorrem, os médicos são realocados para outras cidades. Nesta semana, os médicos que desembarcaram no Estado ficam em Porto Alegre, e depois seguem para os municípios onde vão atuar.

Foto: Roni Rigon, Agência RBS, Banco de Dados


http://wp.clicrbs.com.br/serraultimasnoticias/2013/10/29/caxias-do-sul-abre-mao-de-profissionais-do-mais-medicos/?topo=52,1,1,,171,e171


Antonio Candido indica 10 livros para conhecer o Brasil | Blog da Boitempo

Antonio Candido indica 10 livros para conhecer o Brasil

Por Antonio Candido.*

Quando nos pedem para indicar um número muito limitado de livros importantes para conhecer o Brasil, oscilamos entre dois extremos possíveis: de um lado, tentar uma lista dos melhores, os que no consenso geral se situam acima dos demais; de outro lado, indicar os que nos agradam e, por isso, dependem sobretudo do nosso arbítrio e das nossas limitações. Ficarei mais perto da segunda hipótese.

Como sabemos, o efeito de um livro sobre nós, mesmo no que se refere à simples informação, depende de muita coisa além do valor que ele possa ter. Depende do momento da vida em que o lemos, do grau do nosso conhecimento, da finalidade que temos pela frente. Para quem pouco leu e pouco sabe, um compêndio de ginásio pode ser a fonte reveladora. Para quem sabe muito, um livro importante não passa de chuva no molhado. Além disso, há as afinidades profundas, que nos fazem afinar com certo autor (e portanto aproveitá-lo ao máximo) e não com outro, independente da valia de ambos.

Por isso, é sempre complicado propor listas reduzidas de leituras fundamentais. Na elaboração da que vou sugerir (a pedido) adotei um critério simples: já que é impossível enumerar todos os livros importantes no caso, e já que as avaliações variam muito, indicarei alguns que abordam pontos a meu ver fundamentais, segundo o meu limitado ângulo de visão. Imagino que esses pontos fundamentais correspondem à curiosidade de um jovem que pretende adquirir boa informação a fim de poder fazer reflexões pertinentes, mas sabendo que se trata de amostra e que, portanto, muita coisa boa fica de fora. 

São fundamentais tópicos como os seguintes: os europeus que fundaram o Brasil; os povos que encontraram aqui; os escravos importados sobre os quais recaiu o peso maior do trabalho; o tipo de sociedade que se organizou nos séculos de formação; a natureza da independência que nos separou da metrópole; o funcionamento do regime estabelecido pela independência; o isolamento de muitas populações, geralmente mestiças; o funcionamento da oligarquia republicana; a natureza da burguesia que domina o país. É claro que estes tópicos não esgotam a matéria, e basta enunciar um deles para ver surgirem ao seu lado muitos outros. Mas penso que, tomados no conjunto, servem para dar uma ideia básica.

Entre parênteses: desobedeço o limite de dez obras que me foi proposto para incluir de contrabando mais uma, porque acho indispensável uma introdução geral, que não se concentre em nenhum dos tópicos enumerados acima, mas abranja em síntese todos eles, ou quase. E como introdução geral não vejo nenhum melhor do que O povo brasileiro (1995), de Darcy Ribeiro, livro trepidante, cheio de ideias originais, que esclarece num estilo movimentado e atraente o objetivo expresso no subtítulo: “A formação e o sentido do Brasil”.

Quanto à caracterização do português, parece-me adequado o clássico Raízes do Brasil (1936), de Sérgio Buarque de Holanda, análise inspirada e profunda do que se poderia chamar a natureza do brasileiro e da sociedade brasileira a partir da herança portuguesa, indo desde o traçado das cidades e a atitude em face do trabalho até a organização política e o modo de ser. Nele, temos um estudo de transfusão social e cultural, mostrando como o colonizador esteve presente em nosso destino e não esquecendo a transformação que fez do Brasil contemporâneo uma realidade não mais luso-brasileira, mas, como diz ele, “americana”. 

Em relação às populações autóctones, ponho de lado qualquer clássico para indicar uma obra recente que me parece exemplar como concepção e execução: História dos índios do Brasil (1992), organizada por Manuela Carneiro da Cunha e redigida por numerosos especialistas, que nos iniciam no passado remoto por meio da arqueologia, discriminam os grupos linguísticos, mostram o índio ao longo da sua história e em nossos dias, resultando uma introdução sólida e abrangente.

Seria bom se houvesse obra semelhante sobre o negro, e espero que ela apareça quanto antes. Os estudos específicos sobre ele começaram pela etnografia e o folclore, o que é importante, mas limitado. Surgiram depois estudos de valor sobre a escravidão e seus vários aspectos, e só mais recentemente se vem destacando algo essencial: o estudo do negro como agente ativo do processo histórico, inclusive do ângulo da resistência e da rebeldia, ignorado quase sempre pela historiografia tradicional. Nesse tópico resisto à tentação de indicar o clássico O abolicionismo (1883), de Joaquim Nabuco, e deixo de lado alguns estudos contemporâneos, para ficar com a síntese penetrante e clara de Kátia de Queirós Mattoso, Ser escravo no Brasil (1982), publicado originariamente em francês. Feito para público estrangeiro, é uma excelente visão geral desprovida de aparato erudito, que começa pela raiz africana, passa à escravização e ao tráfico para terminar pelas reações do escravo, desde as tentativas de alforria até a fuga e a rebelião. Naturalmente valeria a pena acrescentar estudos mais especializados, como A escravidão africana no Brasil (1949), de Maurício Goulart ou A integração do negro na sociedade de classes (1964), de Florestan Fernandes, que estuda em profundidade a exclusão social e econômica do antigo escravo depois da Abolição, o que constitui um dos maiores dramas da história brasileira e um fator permanente de desequilíbrio em nossa sociedade.

Esses três elementos formadores (português, índio, negro) aparecem inter-relacionados em obras que abordam o tópico seguinte, isto é, quais foram as características da sociedade que eles constituíram no Brasil, sob a liderança absoluta do português. A primeira que indicarei é Casa grande e senzala (1933), de Gilberto Freyre. O tempo passou (quase setenta anos), as críticas se acumularam, as pesquisas se renovaram e este livro continua vivíssimo, com os seus golpes de gênio e a sua escrita admirável – livre, sem vínculos acadêmicos, inspirada como a de um romance de alto voo. Verdadeiro acontecimento na história da cultura brasileira, ele veio revolucionar a visão predominante, completando a noção de raça (que vinha norteando até então os estudos sobre a nossa sociedade) pela de cultura; mostrando o papel do negro no tecido mais íntimo da vida familiar e do caráter do brasileiro; dissecando o relacionamento das três raças e dando ao fato da mestiçagem uma significação inédita. Cheio de pontos de vista originais, sugeriu entre outras coisas que o Brasil é uma espécie de prefiguração do mundo futuro, que será marcado pela fusão inevitável de raças e culturas.

Sobre o mesmo tópico (a sociedade colonial fundadora) é preciso ler também Formação do Brasil contemporâneo, Colônia (1942), de Caio Prado Júnior, que focaliza a realidade de um ângulo mais econômico do que cultural. É admirável, neste outro clássico, o estudo da expansão demográfica que foi configurando o perfil do território – estudo feito com percepção de geógrafo, que serve de base física para a análise das atividades econômicas (regidas pelo fornecimento de gêneros requeridos pela Europa), sobre as quais Caio Prado Júnior engasta a organização política e social, com articulação muito coerente, que privilegia a dimensão material. 

Caracterizada a sociedade colonial, o tema imediato é a independência política, que leva a pensar em dois livros de Oliveira Lima: D. João VI no Brasil (1909) e O movimento da Independência (1922), sendo que o primeiro é das maiores obras da nossa historiografia. No entanto, prefiro indicar um outro, aparentemente fora do assunto: A América Latina, Males de origem (1905), de Manuel Bonfim. Nele a independência é de fato o eixo, porque, depois de analisar a brutalidade das classes dominantes, parasitas do trabalho escravo, mostra como elas promoveram a separação política para conservar as coisas como eram e prolongar o seu domínio. Daí (é a maior contribuição do livro) decorre o conservadorismo, marca da política e do pensamento brasileiro, que se multiplica insidiosamente de várias formas e impede a marcha da justiça social. Manuel Bonfim não tinha a envergadura de Oliveira Lima, monarquista e conservador, mas tinha pendores socialistas que lhe permitiram desmascarar o panorama da desigualdade e da opressão no Brasil (e em toda a América Latina).

Instalada a monarquia pelos conservadores, desdobra-se o período imperial, que faz pensar no grande clássico de Joaquim Nabuco: Um estadista do Império (1897). No entanto, este livro gira demais em torno de um só personagem, o pai do autor, de maneira que prefiro indicar outro que tem inclusive a vantagem de traçar o caminho que levou à mudança de regime: Do Império à República (1972), de Sérgio Buarque de Holanda, volume que faz parte da História geral da civilização brasileira, dirigida por ele. Abrangendo a fase 1868-1889, expõe o funcionamento da administração e da vida política, com os dilemas do poder e a natureza peculiar do parlamentarismo brasileiro, regido pela figura-chave de Pedro II. 

A seguir, abre-se ante o leitor o período republicano, que tem sido estudado sob diversos aspectos, tornando mais difícil a escolha restrita. Mas penso que três livros são importantes no caso, inclusive como ponto de partida para alargar as leituras. 

Um tópico de grande relevo é o isolamento geográfico e cultural que segregava boa parte das populações sertanejas, separando-as da civilização urbana ao ponto de se poder falar em “dois Brasis”, quase alheios um ao outro. As consequências podiam ser dramáticas, traduzindo-se em exclusão econômico-social, com agravamento da miséria, podendo gerar a violência e o conflito. O estudo dessa situação lamentável foi feito a propósito do extermínio do arraial de Canudos por Euclides da Cunha n’Os sertões (1902), livro que se impôs desde a publicação e revelou ao homem das cidades um Brasil desconhecido, que Euclides tornou presente à consciência do leitor graças à ênfase do seu estilo e à imaginação ardente com que acentuou os traços da realidade, lendo-a, por assim dizer, na craveira da tragédia. Misturando observação e indignação social, ele deu um exemplo duradouro de estudo que não evita as avaliações morais e abre caminho para as reivindicações políticas. 

Da Proclamação da República até 1930 nas zonas adiantadas, e praticamente até hoje em algumas mais distantes, reinou a oligarquia dos proprietários rurais, assentada sobre a manipulação da política municipal de acordo com as diretrizes de um governo feito para atender aos seus interesses. A velha hipertrofia da ordem privada, de origem colonial, pesava sobre a esfera do interesse coletivo, definindo uma sociedade de privilégio e favor que tinha expressão nítida na atuação dos chefes políticos locais, os “coronéis”. Um livro que se recomenda por estudar esse estado de coisas (inclusive analisando o lado positivo da atuação dos líderes municipais, à luz do que era possível no estado do país) é Coronelismo, enxada e voto (1949), de Vitor Nunes Leal, análise e interpretação muito segura dos mecanismos políticos da chamada República Velha (1889-1930). 

O último tópico é decisivo para nós, hoje em dia, porque se refere à modernização do Brasil, mediante a transferência de liderança da oligarquia de base rural para a burguesia de base industrial, o que corresponde à industrialização e tem como eixo a Revolução de 1930. A partir desta viu-se o operariado assumir a iniciativa política em ritmo cada vez mais intenso (embora tutelado em grande parte pelo governo) e o empresário vir a primeiro plano, mas de modo especial, porque a sua ação se misturou à mentalidade e às práticas da oligarquia. A bibliografia a respeito é vasta e engloba o problema do populismo como mecanismo de ajustamento entre arcaísmo e modernidade. Mas já que é preciso fazer uma escolha, opto pelo livro fundamental de Florestan Fernandes, A revolução burguesa no Brasil (1974). É uma obra de escrita densa e raciocínio cerrado, construída sobre o cruzamento da dimensão histórica com os tipos sociais, para caracterizar uma nova modalidade de liderança econômica e política. 

Chegando aqui, verifico que essas sugestões sofrem a limitação das minhas limitações. E verifico, sobretudo, a ausência grave de um tópico: o imigrante. De fato, dei atenção aos três elementos formadores (português, índio, negro), mas não mencionei esse grande elemento transformador, responsável em grande parte pela inflexão que Sérgio Buarque de Holanda denominou “americana” da nossa história contemporânea. Mas não conheço obra geral sobre o assunto, se é que existe, e não as há sobre todos os contingentes. Seria possível mencionar, quanto a dois deles, A aculturação dos alemães no Brasil (1946), de Emílio Willems; Italianos no Brasil (1959), de Franco Cenni, ou Do outro lado do Atlântico (1989), de Ângelo Trento – mas isso ultrapassaria o limite que me foi dado.

No fim de tudo, fica o remorso, não apenas por ter excluído entre os autores do passado Oliveira Viana, Alcântara Machado, Fernando de Azevedo, Nestor Duarte e outros, mas também por não ter podido mencionar gente mais nova, como Raimundo Faoro, Celso Furtado, Fernando Novais, José Murilo de Carvalho, Evaldo Cabral de Melo etc. etc. etc. etc. 

* Artigo publicado na edição 41 da revista Teoria e Debate – em 30/09/2000

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Antonio Candido é sociólogo, crítico literário e ensaísta.

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O meu Darcy - Carta Maior

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Ojalá (Silvio Rodríguez)

OJALÁ

Silvio Rodríguez

Ojalá que las hojas no te toquen el cuerpo cuando caigan
para que no las puedas convertir en cristal.
Ojalá que la lluvia deje de ser milagro que baja por tu cuerpo.
Ojalá que la luna pueda salir sin ti.
Ojalá que la tierra no te bese los pasos.

Ojalá se te acabe la mirada constante,
la palabra precisa, la sonrisa perfecta.
Ojalá pase algo que te borre de pronto:
una luz cegadora, un disparo de nieve,
ojalá por lo menos que me lleve la muerte,
para no verte tanto, para no verte siempre
en todos los segundos, en todas las visiones:
ojalá que no pueda tocarte ni en canciones.


Ojalá que la aurora no dé gritos que caigan en mi espalda.
Ojalá que tu nombre se le olvide a esa voz.
Ojalá las paredes no retengan tu ruido de camino cansado.
Ojalá que el deseo se vaya tras de ti,
a tu viejo gobierno de difuntos y flores.


(1969)

http://www.cancioneros.com/nc/1151/0/ojala-silvio-rodriguez

26.10.13

Sábado: Música no Encontro da Escola




Seminário:
Dez anos da Escola de Formação Fé, Política e Trabalho: memória e perspectivas

26 de outubro de 2013
8h às 18h
Centro de Formação Pastoral - Rua Emílio Ataliba Finger, 685 - B.Colina Sorriso
Caxias do Sul - RS   Fone (54) 3211-5032

Inscrições:
R$ 10 (incluído almoço), via fepoliticaetrabalho@gmail.com

Informações: 
@fepoliticaetrab

Programação:
:: Abertura e mística inicial
:: História e organização da Escola
:: A relação interdisciplinar entre fé, política e trabalho, na pós-modernidade
   Prof. Dr. Inácio Neutzling - Diretor do IHU (Instituto Humanitas) - Unisinos/RS
   Assessor do CEPAT (Centro de Pesquisa e Apoio ao Trabalhador) – (Curitiba/PR)
   Membro do INP/CNBB (Instituto Nacional de Pastoral)
:: Trabalhos em grupos - perspectivas de engajamento para os cristãos e desafios para a Escola
:: Agradecimentos e mobilização para a 11° edição da Escola
:: Sessão "Cantos do Sul da Terra", com Demétrio Xavier. 16h - Aberta ao público - Entrada franca
   Demétrio é violonista e cantor, pesquisador da música crioula uruguaia e argentina,
   vencedor da Califórnia da Canção Nativa de 2009, formado em Ciências Sociais pela UFRGS,
   produtor e apresentador "Cantos do Sul da Terra".



Cantos do Sul da Terra é um programa dedicado à música e à literatura do sul do continente, da FM Cultura 107.7, rádio pública do RS.
"Cantando a aldeia com as vozes da cultura crioula e os sotaques do continente de São Pedro e do continente latino-americano. (...) As diversidades da cultura indígena, negra, colona e imigrante, em suas expressões musicais, na literatura e na cultura popular."
O programa vai ao ar de segunda à sexta, às 13h, com reprise às 6h, mas as gravações estão sempre disponíveis em www.mixcloud.com/track/fm-cultura/cantos-do-sul-da-terra/?order=latest

25.10.13

Sábado: Música no Encontro da Escola



Seminário:
Dez anos da Escola de Formação Fé, Política e Trabalho: memória e perspectivas

26 de outubro de 2013
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Caxias do Sul - RS   Fone (54) 3211-5032

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   Assessor do CEPAT (Centro de Pesquisa e Apoio ao Trabalhador) – (Curitiba/PR)
   Membro do INP/CNBB (Instituto Nacional de Pastoral)
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   Demétrio é violonista e cantor, pesquisador da música crioula uruguaia e argentina,
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Cantos do Sul da Terra é um programa dedicado à música e à literatura do sul do continente, da FM Cultura 107.7, rádio pública do RS.
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23.10.13

O que e como e para que ser de esquerda I - Carta Maior

23/10/2013 - Copyleft

O que é, como e para que ser de esquerda (I)

O que é, como e para que ser de esquerda (I)

A primeira coisa a fazer para ser de esquerda é postular que existe uma esquerda. A ideia pode parecer tautológica, mas não é.


O que vou escrever visa complementar o que nosso companheiro Emir Sader expôs no seu blog, nesta página, sobre o que é ser de esquerda.

É uma questão complexa, que metodoloigamente dividi em três capítulos: (I) O que é ser de esquerda, o que envolve questões conceituais; (II) como ser de esquerda, o que implica considerações sobre tática e estratégia; (III) para que ser de esquerda, o que sugere a discussão sobre meios, fins, e contra-fins, isto é, aquilo que é necessário rejeitar para ser de esquerda.

Comecemos pelo começo, isto é, as questões conceituais.

A primeira coisa a fazer para ser de esquerda é, portanto, postular que existe uma esquerda. A ideia pode parecer tautológica, mas não é. Porque é isto que está em questão. Para existir uma esquerda, é necessário que exista uma direita. E a direita se auto-nega sistematicamente: se aquela é a questão, este é o nó da questão: a esquerda tem diante de si um inimigo que elude (ilude) constantemente sua existência.
 
Para a direita, negar a existência da esquerda é uma afirmação tática para encobrir, acobertar, a sua própria existência. Estaremos diante da tática do lobo na pele do cordeiro? Em parte. Porque em parte não se trata disto, mas se trata de uma questão ontológica: como a direita não quer mais se apresentar como um partido, ou uma seção (secção também) da sociedade, só lhe resta se apresentar como abarcando o significado – os signifcantes (mídia) de toda a sociedade. Ou seja, estamos diante do paradoxo de que, para afirmar ou manter ou defender a sua pretensão à hegemonia na praxis e do pensamento, temos uma corrente social que deve negar sua existência e apresentar-se como aquilo que ela não é: a expressão de valores universais.

A esquerda precisa, portanto, concentrar-se na sua própria maneira de ser, e de se apresentar, diante e depois das crises por que passou, com a derrota ou o fracasso dos regimes que eram ou se apresentavam como seus. O primeiro passo para ser de esquerda, portanto, é refluir sobre seus próprios passos, e pensar o que aconteceu, para que os erros, os equívocos, as fantasmagorias do passado não voltem a cegar a visão do horizonte. Isto não garante que não venham a sobrevir novos erros, equívocos, novas fantasmagorias, Trata-se apenas de pensar que não sejam os mesmos.

Então vamos ao principal deles. Postulando que haja uma esquerda, é necessário logo a seguir negar esta tese, ou melhor, realocar o peso das palavras. Trata-se de afirmar que existe uma esquerda, onde esta palavra é um substantivo e aquela um artigo indefinido. Não se trata de afirmar que exista uma esquerda, onde aquela palavra é um numeral e esta um mero adjetivo da unidade.  Ou seja, postular que há uma esquerda significa postular que existem esquerdas, que ela é plural, e que nenhuma das correntes que nela convivem é a dona da verdade absoluta e que, portanto, nada justifica que umas e outras andem enfiando as próprias picaretas nas cabeças de outras e umas, até porque isto significa facilitar a ascensão dos picaretas em seu próprio seio.

Em termos de metodologia e conceituação, isto significa trocar o debate em que muitas vezes a esquerda se envolveu sobre se a democracia é uma valor universal ou não, por outra formulação. O debate sobre democracia como valor universal se prendeu, em geral, à ideia da afirmação/negação de um tipo de democracia – a representativa de inspiração liberal – como sendo a democracia por excelência.

A prática não é bem assim, está demonstrado. Existe a democracia participativa – de que os orçamentos que levam este nome são um exemplo recente – e existe também  a democracia direta, a das ruas, das praças, das manifestações, que tem seu espaço e seu próprio protocolo, complicado às vezes por irrupções de violência – seja da repressão ou dos que querem se valer da oportunidade para promover quebra-quebras pseudamente anarquistas.

A questão é a de se buscar a construção da democracia como um valor permanente, isto é, a ser buscado em cada instância de um movimento e do conjunto dos movimentos da sociedade. Vamos reconhecer: não pensávamos assim, na maioria, décadas atrás. Para muitosa democracia e suas formalidades – fosse na aura representativa, na esfera participativa ou na linearidade das praças e ruas ocupadas – eram apenas passos táticos até que se atingisse o estágio da ditadura do proletariado, confundida com a ditadura das vanguardas do proletariado, concepção que facilitou o caminho para a emergência da ditadura das burocracias, que já nada tinham a ver com o proletariado.

É claro que há situações-limite e mesmo fora de qualquer limite. Não dá para comparar a situação de uma lua na clandestinidade, por exemplo, com esta que vivemos hoje em que há um respeito, mesmo que limitado, por princípios eleitorais, de representatividade, de participação e até mesmo de ação direta, com todas as ressalvas que haja. Dentro do reconhecimento das diferenças, o que importa, para uma práxis de esquerda, é a afirmação do direito à diferença. A começar, portanto, por suas diferenças.

É difícil? É.

Mas não é impossível. A prática o tem demonstrado. Voltaremos ao assunto, na semana que vem.


http://www.cartamaior.com.br/?/Coluna/O-que-e-como-e-para-que-ser-de-esquerda-I-/29293



Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz